30.11.07
28.11.07
26.11.07
25.11.07
22.11.07
20.11.07
Mesa de cabeceira VII
« Outros que não eu teriam falado de «raízes»... Não emprego esse vocabulário. Não gosto da palavra «raízes» e da imagem ainda menos. As raízes enfiam-se na terra, contorcem-se na lama, crescem nas trevas; mantêm a árvore cativa desde o seu nascimento e alimentam-na graças a uma chantagem: «Se te libertas, morres!»As árvores têm que se resignar, precisam das suas raízes; os homens não. Respiramos a luz, cobiçamos o céu e quando nos metemos na terra é para apodrecer. A seiva do solo natal não nos sobe pelos pés em direcção à cabeça, os pés só nos servem para andar. Para nós só as estradas contam. São elas que nos guiam - da pobreza à riqueza ou a outra pobreza, da servidão à liberdade ou à morte violenta. Elas fazem-nos promessas, levam-nos, empurram-nos e depois abandonam-nos. E então morremos, tal como nascemos, à beira de uma estrada que não escolhemos.»
Origens, Amin Maalouf
Fico muito tempo assim...
16.11.07
14.11.07
Esconderijo IX
13.11.07
TRUE LOVE
Wandering eyes stare at me
The look is weird
But fixed at me
I'm on it
Tell me it is true love!
Falling into a dream of harmony
Can't get clean and tidy now
Tell me it is true love!
Brush the hair aside
Faces are visible
It growes a flower in
Tell me it is true love!
Music plays for me
I've never heard it this way beforeStrange...
Tell me it is true love!
I have fallen in love
Mirror showes a beautiful tree
Beautiful me
Tell me it is true love!
Hanne Hukkelberg
Fotografia: Juicy by Blackpixie
Fotografia
3.11.07
1.11.07
Ideias mestras
"Só me sinto longe de certas orientações da moda, que seduzem por isso alguns jovens geógrafos, de uma Geografia humana que estuda relações isoladas em espaços teóricos e abstractos, quando não há implantação ou actividade humana (mesmo a espiritual) de todo desligada de um quadro físico que a sustenta e em larga parte condiciona. [...]. A minha Geografia humana – ou antes, a face humana da Geografia – é feita com todos os sentidos: a visão que abrange os conjuntos e discerne e analisa pormenores significativos, o ouvido que surpreende o tilintar distante do rebanho ou o barulho agressivo da circulação mecânica, o cantar dos galos que anuncia o lugar próximo ou o silêncio de aldeias hindus, onde não se criam animais para o pecado de matá-los, o odor inconfundível dos bazares muçulmanos, composto principalmente do aroma das especiarias, que também se sente nos mercados do Brasil ou do México, o cheiro a mijo do deserto por onde passou ou acampou a caravana, o fartum estival da multidão comprimida no metropolitano, o incomparável acetinado das peles pretas sobre que tantas vezes estala o chicote [...], os sabores da cozinha popular, onde, como na Bahía, se combinam ingredientes originários das três partes do mundo – ponto de partida para o estudo de encontro e sedimentação de civilizações. Homo sum: humani nihil a me alienum puto! Mas como tudo isto está longe da Teoria económica em que se inspira uma das correntes da Geografia humana, onde os homens se diluem em relações quantitativas ou geométricas abstractas – sem negar a precisão e a pertinência de algumas das suas análises. Mas, fiel às ideias mestras da minha vocação, procuro manter-me também fiel à minha juventude liberal e tolerante”.
Orlando Ribeiro
Memórias de um Geógrafo, 2003
Fotografia: Orlando Ribeiro, Ilha do Corvo, Açores
Orlando Ribeiro
Memórias de um Geógrafo, 2003
Fotografia: Orlando Ribeiro, Ilha do Corvo, Açores
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