25.12.07

Merry Christmas to you...



Chestnuts roasting on an open fire,
Jack Frost nipping at your nose,
Yuletide carols being sung by a choir,
And folks dressed up like Eskimos.

Everybody knows a turkey and some mistletoe,
Help to make the season bright,
Tiny tots with their eyes all a-glow,
Will find it hard to sleep tonight.

They know that Santa's on his way
He's loaded lots of toys and goodies on his sleigh,
And ev'ry mother's child is gonna spy,

To see if reindeer really know how to fly.

And so I'm offering this simple phrase,
To kids from one to ninety-two,
Although it's been said
Many times,
Many ways
Merry Christmas to you.

[musical interlude]

And so I'm offering this simple phrase,
To kids from one to ninety-two,
Although it's been said
Many times,
Many ways
Merry Christmas to you.


Christmas Song, Nat King Cole

Foto: Robert Doisnaeu

No Natal voltamos a ser crianças...

The Christmas Song



Shigeru Umebayashi

19.12.07

Gozos Caseiros


Imagem: Les Amants réguliers, Philippe Garrel, 2005

14.12.07

Sad Song



Au Revoir Simone

11.12.07

Devaneios X

As minhas pernas são música.

Fotografia: Ben Christopher, Piano Legs

Ambiências


os meus pés tímidos andam sozinhos na companhia do sol/ sufocam-se de ternura com as novidades do vento/ espreitam os trilhos invernais/ bóiam nas poças de água transparentes/ movem-se com o meu nariz aprumado/ os meus olhos vivem dentro de uma canção de amor/ saem de casa atrevidos/ beliscam-se com os sorrisos abertos das pessoas/ guardam à pressa fotografias nos paladares da memória/ bebem chá de Lúcia-lima com Chet Baker/ diluem-se na magia da vida…


Fotografia: Chet Baker de mãos dadas comigo...

Bárbara

5.12.07

Au revoir Simone

Backyards

Baby tell me please
Is this a dream
Spending the night with you
Beneath the cherrie trees
Just make a wish and every thing comes true
Out the windows of my bedroom
Through the backyards of our neighbors
But i didnt leave you waiting
There was endless concentration
Then the moon swept down to greet us
It was warm and made of flowers
Into vines that barely reached us
Climbing higher than forever
Baby tell me please in knowing this cause showing never tells
Was it just s breeze, was it a kiss
Breathless ecquisite chills
Beijo a chuva que se intromete nos meus dias de Primavera e embrulho-me na música que me protege...
Bárbara

3.12.07

Consumir-te compulsivamente...

Jean Luc Godard

30.11.07

Come to me



Koop

28.11.07

Sem título

Fuga para uma depressão anunciada.
Bárbara

26.11.07

25.11.07

20.11.07

Mesa de cabeceira VII

« Outros que não eu teriam falado de «raízes»... Não emprego esse vocabulário. Não gosto da palavra «raízes» e da imagem ainda menos. As raízes enfiam-se na terra, contorcem-se na lama, crescem nas trevas; mantêm a árvore cativa desde o seu nascimento e alimentam-na graças a uma chantagem: «Se te libertas, morres!»As árvores têm que se resignar, precisam das suas raízes; os homens não. Respiramos a luz, cobiçamos o céu e quando nos metemos na terra é para apodrecer. A seiva do solo natal não nos sobe pelos pés em direcção à cabeça, os pés só nos servem para andar. Para nós só as estradas contam. São elas que nos guiam - da pobreza à riqueza ou a outra pobreza, da servidão à liberdade ou à morte violenta. Elas fazem-nos promessas, levam-nos, empurram-nos e depois abandonam-nos. E então morremos, tal como nascemos, à beira de uma estrada que não escolhemos.»
Origens, Amin Maalouf

Fico muito tempo assim...


Abrigo amavelmente as maças do teu rosto e caio na completude do teu olhar como a chuva nas poças de água. Fico muito tempo assim… e divirto-me a reconstruir memórias que estico para sempre.
Bárbara

Fotografia: Musician in the Rain, Robert Doisneau

16.11.07

Little Star



Stina Nordenstam

14.11.07

Esconderijo IX


- Gosto de fumar na doçura do teu ombro...

- ...também gosto, assim ao de leve.

- Resta-me tudo, restas-me tu. Vou para ti e não volto. Posso provar-te?

- À hora marcada.


Bárbara

Fotografia: Vivre Sa Vie, Jean-Luc Godard, 1962

13.11.07

TRUE LOVE


Wandering eyes stare at me

The look is weird

But fixed at me

I'm on it

Tell me it is true love!


Falling into a dream of harmony

Can't get clean and tidy now

Tell me it is true love!


Brush the hair aside

Faces are visible

It growes a flower in

Tell me it is true love!


Music plays for me

I've never heard it this way beforeStrange...

Tell me it is true love!


I have fallen in love

Mirror showes a beautiful tree

Beautiful me

Tell me it is true love!
Hanne Hukkelberg
Fotografia: Juicy by Blackpixie

Fotografia


Fotografia: Marlene Dietrich e Greta Garbo

As Divas de Cinema que segundo Emanuel Ungaro não existem mais...
in Público 13-11-07

3.11.07

Devaneios IX




Louis Garrel/Marcello Mastroianni

nem por este nem por aquele...

1.11.07

Anna Karina rocks out

Ideias mestras

"Só me sinto longe de certas orientações da moda, que seduzem por isso alguns jovens geógrafos, de uma Geografia humana que estuda relações isoladas em espaços teóricos e abstractos, quando não há implantação ou actividade humana (mesmo a espiritual) de todo desligada de um quadro físico que a sustenta e em larga parte condiciona. [...]. A minha Geografia humana – ou antes, a face humana da Geografia – é feita com todos os sentidos: a visão que abrange os conjuntos e discerne e analisa pormenores significativos, o ouvido que surpreende o tilintar distante do rebanho ou o barulho agressivo da circulação mecânica, o cantar dos galos que anuncia o lugar próximo ou o silêncio de aldeias hindus, onde não se criam animais para o pecado de matá-los, o odor inconfundível dos bazares muçulmanos, composto principalmente do aroma das especiarias, que também se sente nos mercados do Brasil ou do México, o cheiro a mijo do deserto por onde passou ou acampou a caravana, o fartum estival da multidão comprimida no metropolitano, o incomparável acetinado das peles pretas sobre que tantas vezes estala o chicote [...], os sabores da cozinha popular, onde, como na Bahía, se combinam ingredientes originários das três partes do mundo – ponto de partida para o estudo de encontro e sedimentação de civilizações. Homo sum: humani nihil a me alienum puto! Mas como tudo isto está longe da Teoria económica em que se inspira uma das correntes da Geografia humana, onde os homens se diluem em relações quantitativas ou geométricas abstractas – sem negar a precisão e a pertinência de algumas das suas análises. Mas, fiel às ideias mestras da minha vocação, procuro manter-me também fiel à minha juventude liberal e tolerante”.


Orlando Ribeiro

Memórias de um Geógrafo, 2003


Fotografia: Orlando Ribeiro, Ilha do Corvo, Açores

20.10.07

O "no esquecimento" vai seguir os conselhos de um grande amigo e vai espairecer por uns tempos para restabelecer as forças e alguma alegria que perdeu.

Bárbara

19.10.07

Tout le monde



Carla Bruni

Bebo em sonhos o teu beijo abraçada nesta banda sonora que me prepara para mais um fim de semana sem manual de instruções.

Bárbara
“It always fascinated me how people go from loving you madly to nothing at all, nothing. It hurts so much. When I feel someone is going to leave me, I have a tendency to break up first before I get to hear the whole thing. Here it is. One more, one less. Another wasted love story.
I really love this one. "
Marion

Fotografia: Filme " 2 days in Paris"

14.10.07

SUNSET BOULEVARD




BELLE CHASE HOTEL

Revival!

Margaret Atwood e o Corpo das Mulheres

O Corpo da Mulher no modelo standard vem com os seguintes acessórios: cinto de liga, liga, crinolina, camisinha, anquinhas, soutien, espartilho, combinação, lingerie sexy, saltos altos, piercing, véu, luvas de pelica, meias de rede, mantilhe, cai-cai, corpete, meio véu, gargantilha, molas de cabelo, braceletes, colares, lorgnon, aigrette, preto puro, base, body de Lycra com pudica protecção frontal, liseuse de marca, camisa de noite de flanela, top de renda, cama, cabeça.
O Corpo da Mulher é feito de plástico transparente e dá luz quando se mete a ficha. Carrega-se num botão para iluminar os diferentes sistemas. O sistema circulatóri é vermelho, por causa do coração e das artérias, roxo, por causa das veias; os sistema linfático é amarelo; o sistema digestivo é verde, com fígado e rins in aqua. Os nervos são feitos a cor-de-laranja e o cérebro a cor-de-rosa. O esqueleto, como seria de esperar, é branco.
O sistema reprodutivo é opcional e pode ser descartado.Vem com ou sem embrião miniatura. Pode-se, deste modo, exercer o poder paternal.
Não pretendemos assustar ou ofender.
Ele disse, Eu não quero uma coisa dessas cá em casa. Dá ás raparigas uma ideia falsa de beleza, já para não falar da anatomia. Se uma mulher de carne e osso fosse feita assim dava com a cara no chão.
Ela disse, se não a deixarmos ter uma, como todas as outras miúdas, ela vai sentir-se diferente. Vai ser um problema. Ela vai desejar ter uma e vai desejar tornar-se numa. A repressão provoca a sublimação. sabes bem disso.
Ele disse, Não é só as mamas pontiaguadas de plástico, é o guarda-roupa. O guarda-roupa e aquele estúpido boneco, o não sei quantos, o que tem as cuecas coladas.
Ela disse, é melhor despachar a coisa enquanto ela é pequena.
Ele disee, Está bem, mas longe da minha vista.
Ela veio, ziiinnnggg, pelas escadas a baixo lançada como um dardo. Estava nuazinha, em pêlo. O cabelo tinha sido cortado à tesourada, a cabeça virada ao contrário, faltavam-lhe uns dedos dos pés e tinha sido tatuada de cima a baixo num padrão recortado Bateu no vaso de azálea, ficou ali a tremelicar como um anjo desajeitado e caiu.
Ele disse, parece-me que estamos safos.
Traduçaõ de Maria Helena Dias loureiro
Imagem: Barbara Kruger
E eu que tive tantas barbies e hoje nem sequer me lembro de como era brincar com elas, e não ficou nenhuma para recordação, parece-me que estou safa.

13.10.07

Embaraços



Tu és a minha única certeza. Exaustadamente certa...


Bárbara


Foto: Henri Cartier Bresson

12.10.07

8.10.07

Uma verdadeira história começa. Quando a vida real termina...



-Quem és tu?
-Não interessa quem eu sou. Não interessa, porque TU me amas.

4.10.07

O pecado mora ao lado*...

Foto: Blackpixie
*Título: (Seven Year Itch, The, 1955) Direção: Billy Wilder

3.10.07

Someone To Watch Over Me



There's a saying old, says that love is blind
Still we're often told, "seek and ye shall find"
So I'm going to seek a certain lad I've had in mind

Looking everywhere, haven't found him yet
He's the big affair I cannot forget
Only man I ever think of with regret

I'd like to add his initial to my monogram
Tell me, where is the shepherd for this lost lamb?

There's a somebody I'm longin' to see
I hope that he, turns out to be
Someone who'll watch over me

I'm a little lamb who's lost in the wood
I know I could, always be good
To one who'll watch over me

Although he may not be the man some
Girls think of as handsome
To my heart he carries the key

Won't you tell him please to put on some speed
Follow my lead, oh, how I need
Someone to watch over me

(bridge)

Won't you tell him please to put on some speed
Follow my lead, oh, how I need
Someone to watch over me

Someone to watch over me

Ella Fitzgerald

Faço as promessas que duram para sempre em improvisos que harmonizam a música que ouço, seguro-me nos meus sapatos de cinderela que combinam com o meu andar infantil e sonho com o amor eterno.
Bárbara

30.9.07

Devaneios VII



Filme: "8 Femmes"

Hoje atiro de uma vez por todas a moeda ao ar!
Cara ou Coroa???


Bárbara

Levantar a polémica, mau gosto ou intuito comercial?


Podem achar que não, dizer que há limites, que ele foi longe demais ( não é o que se diz sempre dele?), mas a verdade é mesmo esta: Oliveira Toscani está a ganhar 1-0 ao resto do mundo.
Lembram-se da mulher negra que amamentava um bebé branco? De um painel repleto de pénis e vaginas? Dos momentos finais de um doente com sida? Pois bem, Toscani está de volta: desde segunda feira passada mostra nas ruas de Itália, sem rodeios de qualquer espécie , como é que ficam 30 quilos numa mulher com 1, 65 metros de altura.

in Público, 30-10-2007
Fotografia: Oliveira Toscani

Mesa de Cabeceira VI

À aldeia chamam-lhe Azinhaga, está naquele lugar por assim dizer desde os alvores da nacionalidade ( já tinha foral no século décimo terceiro), mas dessa estupenda veterania nada ficou, salvo o rio que lhe passa mesmo ao lado ( imagino que desde a criação do mundo), e que, até onde alcançam as minhas poucas luzes, nunca mudou de rumo, embora das suas margens tenha saído um número infinito de vezes. A menos um quilómetro das últimas casas, para o sul, o Almonda, que é esse o nome do rio da minha aldeia, encontar-se com o Tejo, ao qual ( ou a quem, se alicença me é permitida), ajudava, em tempos idos, na medida dos seus limitados caudais, a alargar a lezíria quando as nuvens despejavam cá para baixo as chuvas torrenciais no Inverno e as barragens a montante, pletóricas, congestionadas, eram obrigadas a descarregar o excesso de água acumulda. A terra é plana, lisa como a palma da mão, sem acidentes orográficos dignos de tal nome, um ou outro dique por ali se tivesse levantado mais servia para guiar a corrente aonde causasse menos dano do que para conter o ímpeto poderoso das cheias. Desde tão distantes épocas a gente nascida e vivida na minha aldeia aprendeu a negociar a carácter, o Almonda, que a seus pés desliza, o Tejo, lá mais adiante, meio oculto por detrás da muralha de choupos, freixos e salgueiros que lhe acompanhado o curso, e um e outro, por boas e más razões, ominipresentes na memória e nas falas das famílias. Foi nestes lugares que vim ao mundo, foi daqui, quando ainda não tinha dois anos, que os meus pais migrantes empurrados pela necessidade, me levaram para Lisboa, para outros modos de sentir, pensar e viver, como se nascer eu onde nasci tivesse consequências de um equívoco do acaso, de uma casual distracção do destino, que ainda estivesse nas suas mãos emendar. Não foi assim.
José Saramago, "As Pequenas Memórias"

27.9.07

Disappear



just because
you call my name
I cannot hear
it's not the same
(can't close my/you close your) eyes
and knock me back
all the things that I had to (have/live)
(and now you)...just...(fallen...)
I can't believe what I had to say
all the things you never say
I'll never be what you want me to benow
I can't disappear
close your eyes and look at me
I can't believe what I cannot see
everything is like you say
change your mind and you'll have to forgive
and I can't disappear
now I can't
now I can't

Mazzy Star

26.9.07

Amores de Chocolate com Amêndoas




Ingredientes:

170 grs. de Chocolate para Culinária
1 lata de leite condensado Nestlé
150 grs. de amêndoa torrada
150 grs. de sultanas
1 pitada de sal
Manteiga para untar
Papel de alumínio para forrar


Confecção:

Forre um tabuleiro com papel de alumínio e unte-o com manteiga.
Parta o chocolate em pedaços, deite-os num recipiente e leve-os a derreter em banho-maria.
Deite o leite condensado e o sal num tacho e junte-lhes o chocolate derretido; leve ao lume, mexendo sempre, durante 10 minutos.
Retire do lume, junte as amêndoas e as sultanas e misture bem.
Com uma colher de sopa retire pequenas porções do preparado, coloque-as em cima do papel untado e deixe arrefecer até que fiquem bem frias.
Coloque-as numa taça de vidro transparente e sirva ou faça pequenos embrulhos com papel celofane.

Receita: Felícia Sampaio, Culinária do Roteiro Gastronómico de Portugal
Imagem: " Volver", Pedro Almodóvar

Fazer da vida uma grande sobremesa...

25.9.07

8ª Festa do Cinema Francês



Vou precisar de companhia!!;)

Bárbara

24.9.07

Funny Face *





Experimento a vida com uma esplêndida jovialidade e abraço o travesseiro que exala aromas de cassis e rosas.
Incito-me pela vontade de brincar com a vida e ergo a minha alma tão volúvel ao meu mundo.
Numa parceria com Nina Simone marco os esconderijos da minha imaginação que me fazem feliz e faço as pazes com a minha interioridade.
Festejo assim a minha liberdade e amo intensamente a minha transparência.
(È bom acordar assim!)




Bárbara




* O Título é retirado do filme "Funny Face"Stanley Donen (1957).

23.9.07

Sunday Morning


The Velvet Underground

22.9.07

Romance and Cigarettes

Hoje a noite é feita de romance e cigarros, mas não como no filme.
As músicas são outras e as pessoas também.

Bárbara

21.9.07

Bem Querer

Quando o meu bem querer me vir
Estou certa que há de vir atrás
Há de me seguir por todos
Todos, todos, todos os umbrais

E quando o seu bem querer mentir
Que não vai haver adeus jamais
Há de responder com juras
Juras, juras, juras imorais

E quando o meu bem querer sentir
Que o amor é coisa tão fugaz
Há de me abraçar com a garra
A garra, a garra, a garra dos mortais

E quando o seu bem querer pedir
Pra você ficar um pouco mais
Há que me afagar com a calma
A calma, a calma, a calma dos casais

E quando o meu bem querer ouvir
O meu coração bater demais
Há de me rasgar com a fúria
A fúria, a fúria, a fúria assim dos animais

E quando o seu bem querer dormir
Tome conta que ele sonhe em paz
Como alguém que lhe apagasse a luz
Vedasse a porta e abrisse o gás


Chico Buarque

Outono


Aprendi depressa a sonhar.
Tenho no nariz o cheiro das folhas molhadas, aragens de palavras simples que não me deixam olhar para trás.

Bárbara

Women in film



Sílvia, merci.

19.9.07

Os Amantes

René Magritte

15.9.07

Embaraços

Contigo consigo elevar-me. Estou quase a chegar.
Bárbara

13.9.07

Esconderijo VIII

Agasalho-te na minha imaginação enquanto me envergonho dos teus sinais que descobrem as maçãs do meu rosto e distraem as pregas da minha saia debruada a fantasia.
Encho-me de ti para me esvaziar aos poucos das memórias que não me atordoam mais e que amavelmente deixaram de proteger as minhas lágrimas.
Invento-me nesses teus gestos, quase que me reconheço neles, quando te escondes atrás das folhas de um jornal e finges que já és crescido. Os olhos estacam-se com a mesma cor e o mesmo brilho e trocamos as sardas dos nossos rostos tão parecidos e brincas com o meu nariz arrebitado que te faz rir.
A hora do café é um sonho acordado onde fico vaidosa de ti.
O teu timbre delicado conta-me presságios de Outono.


Bárbara

Foto: Anna Karina e o homem das calças slim.

9.9.07

Banda Sonora / inexperiente Setembro

Air - La Femme D'Argent
António Carlos Jobim - Desafinado
Astor Piazzolla- Libertango
Beck- Girl
Belle and Sebastian - Legal Man
Billie Holiday - Strange Fruit
Bjork- Human Behaviour
Blur - Come Together
Camera Obscura- Sound
Cat Power- Still in Love
Chet Baker- My Funny Valentine
De Sela Lhasa - Floricanto
Ella Fitzgerald- No other love
Jazzanova - Introspection
Julie London - Fly me to the moon
Kings of Convenience - Cayman Islands
Koop - Forces... Darling
Led Zeppelin - Rock and Roll
Leonard Cohen - Everbody knows

Mazzy Star- Fade into you
Mogwai- Punk Rock
My Bloody Valentine - Don´t ask why
Neil Young- Sugar Mountain
Nina Simone - Love me or Leave me
Nouvelle Vague - Dance with me
Nusrat Fateh Ali Khan - Tana Dery Na
Peggy Lee - Hallelujah, I Love him so
Peter Bjorn and John - Ancient Curse
PJ Harvey - Big Exit
Radiohead - No Surprises
Rosemary Clooney - A Woman Likes to be Told
Ryuichi Sakamoto - Energy Flow
Sebastien Tellier - Brodway
Serge Gainsbourg - Je T ´aime Moi Non Plus
Stina Nordenstam - Little Star
The Cinematic Orchestra - Night of the Iguana
The Velvet Underground - Venus in Furs
The Who - Who are You / Won´t get Fooled Again
Tom Waits - Baby Gonna Leave me
Van Morrison - Sweet Thing
Wanda Jackson - Rock your Baby
Win Mertens - A Visiting Card
Yann Tiersen - First Rendez- Vous
Yo la Tengo - Sugarcube

E por vezes as noites duram meses

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.


David Mourão-Ferreira

6.9.07

Une Femme est une Femme




Filme: Une Femme est une Femme, Godard, 1961


Trocaram-se as pipocas pelos cigarros e o vinho e deixaram-se cair os risos pela sala...que filme maravilhoso!!


Bárbara

5.9.07

Devaneios VII

Hoje bordei a minha paz com linhas mais coloridas.
Bárbara

Shoe

Fotografia: Helmut Newton, 1983


1.9.07

So love...What is this?

Um ano depois...

Muitas vezes ao longo deste ano pensei na utilidade de ter um blogue e na verdadeira razão dessa vontade de pertença e de demonstração de mim mesma. Deslizei muitas vezes sobre o assunto sem nunca ter conseguido entender o fulcro da questão. Inquietei-me mesmo em auto-análises de travesseiro sobre esta necessidade de partilha.
Muitos são aqueles que o têm por as mais variadas razões. Saberão todos eles responder com honestidade a esta questão?
Nalguns momentos, devo confessar que este pensamento me infundiu até alguma vergonha porque entendia esta necessidade como uma extensão do meu ego. Uma maneira de olhar para mim e de me admirar por isso. No entanto, hoje, alcanço este esquecimento como a realização de algumas reflexões que faço de espírito aberto e sem grandes pretensões.
Desenho-me nesta pequena atmosfera que crio em ilustrações que felicitam o tempo/espaço e as suas memórias que fazem (também) aquilo que sou.
Gosto sobretudo de vos encontrar e sentir os vossos comentários quando me olham fixamente por dentro, sem mesmo nunca ter conhecido o olhar de alguns que assiduamente acompanham esta minha fracção.
Sinto-me tantas vezes mais blindada com a vossa força, tantas vezes mais alegre com a vossa graça... e assim me encontram e assim me colido com vocês onde preencho o meu manual de experiências.
O “no-esquecimento ” faz hoje um ano, estamos ainda cheios de juventude...
Bárbara ( Ouve-se por aqui Casta Diva por Angela Gherorghiu...)

31.8.07


Conseguia ficar assim para sempre.

Bárbara
Fotografia: Bárbara Pedrosa, Berlengas, Abril 2007.

na blogosfera / alguns amigos

"Surf and bodyboard photos" festeja a vida com uma inocência adolescente que traz muitas saudades.

27.8.07

Efemeridades Quotidianas

Hoje o dia é assim com praia de manhã e com Allen à tarde.
Bárbara

26.8.07



Ele não me trouxe nada
Também nada perguntou
Mal sei como ele se chama
Mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração






Gosto de sonhar com Chico, lembra-me sempre aquilo que sou.

25.8.07

Às vezes perco-me assim e quase choro com a chuva que modela as minhas narrativas agora tão frágeis.
Aquieto-me na minha tristeza que me obriga a beijar as despedidas cada vez mais presentes em mim.




Bárbara

23.8.07

Magnetized




Laura Veirs

" As pessoas grandes nunca percebem nada sozinhas..."

-Ando à procura de amigos. O que é que "estar preso" quer dizer?
-È uma coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
-Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo... (...)
-Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
O Principezinho, Antoine de Sant-Exupéry


Sentei-me junto ao principezinho, não sei bem onde, mas penso que foi no asteroíde B612 junto da sua flor com os olhos fechados: " porque o essencial é invisível para os olhos..."

Bárbara

21.8.07

Embaraços

- Não esperes mais por mim secretamente... guarda-me só nessa tua cisma...

Bárbara

Fotografia: Willy Ronis

20.8.07

AVISO!


Fotografia: Bárbara Pedrosa, Livro de Reclamações- espaços-vividos, 2006

World Press Photo

Jovens libanesas passeiam num bairro destruído de Beirute num descapotável vermelho que exalta um cenário cheio de contradições.
Bárbara
Fotografia:World Press Photo, Spencer Platt, EUA, Getty Images, EPA- Fotografia vencedora

16.8.07

Off the Hook



Cansei de ser Sexy

Devaneios VI

Hoje cortei a ficha de uma ligação eléctrica que estava a dar curto circuito.
Não, não apanhei choque...
Bárbara
Imagem: Anna Karina

14.8.07

Paredes de Coura

Amanhã è dia de muita música e muita cerveja!
Bárbara

13.8.07

Miguel Torga

“O prazer da leitura não é somente um prazer estético mas também um prazer de conhecimento. As verdades são deste mundo.”
Francisco Choupina, "O lugar do meio", Uma geografia Literária da obra de Miguel Torga, 2005

9.8.07

Good Fortune




P.J Harvey (Adoro-te!!)

na blogosfera / "Jazz a gosto"

No lugar ao som ouve-se a melhor música.
Bárbara

7.8.07

Ecos do tempo

O mundo anda cheio de pressa.
Imagem: Modern times (1936), Charlie Chaplin
Bárbara

Mesa de Cabeceira V

(...)Não tendo elos indissolúveis e definitivos- o cidadão da nossa líquida sociedade moderna-e os sucessores actuais são obrigados a unir por iniciativa, habilidades e dedicação próprias, os laços que porventura pretendam usar com o resto da humanidade. Isolados, precisam de se ligar... Nenhuma das ligações que venham a preencher a lacuna deixada pelos vínculos ausentes ou absoletos tem, contudo, garantia de permanência. De qualquer modo, esses laços precisam de ser atados levemente, para poderem ser outra vez desfeitos, sem grandes delongas, quando os cenários mudarem- o que, na modernidade líquida ocorrerá repetidas vezes.
A misteriosa fragilidade dos vínculos humanos, o sentimento de insegurança que ela inspira e os desejos contraditórios ( estimulados por tal sentimento) de apertar os laços e ao mesmo tempo de os manter frouxos (....).
No nosso mundo de furiosa "individualização", os relacionamentos são bênções ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro. Durante a maior parte do tempo, esses dois avatares coabitam- embora em diferentes níveis de consciência. No líquido cenário da vida moderna, os relacionamentos talvez sejam os representantes mais comuns, agudos, perturbadores e profundamente sentidos de ambivalência. È por isso , podemos garantir que se encontram tão firmemente no cerne das atenções dos modernos e líquidos indivíduos-por-decreto e no topo da sua agenda existencial.
Como apontou Emerson, quando se esquia sobre gelo fino, a salvação está na velocidade. Quando se é traído pela qualidade, tende-se a procurar a desforra na quantidade.(...)
Zygmunt Bauman, "Amor Líquido"

5.8.07

Choro todas as noites por nós...
Imagens:Lichtenstein

31.7.07

Ingmar Bergman

Não morreste.

28.7.07

ABC



Pipettes

Boa noite a todos

"Quando o comboio partir não digas adeus porque ficaste no cais. Foi apenas o teu passado que se foi embora, na terceira ou na quarta carruagem de segunda classe, precisamente a que acaba de desaparecer no túnel. Foi apenas o teu passado que se foi embora: o teu presente ficou. O teu presente, isto é: ir ao bar da estação, sem ter tirado o lenço da algibeira, sem saudade, sem remorso, sem pena, e olhar pelo vidro da porta o cais vazio, com o relógio a marcar uma hora que já não é tua. Não penses na bagagem que ninguém recolherá na gare de uma cidade onde não irás nunca: o que arrumaste lá dentro deixou de pertencer-te. (...) "
António Lobo Antunes, Segundo Livro de Crónicas.

27.7.07

Mito do eterno retorno II

Foto: Bárbara Pedrosa, Coimbra, 3-07



Coimbra I ´m back...

;).

21.7.07

Ainda com Warhol



Edie Sedgwick with Velvet Underground

A arte, a publicidade e as massas


Andy Warhol, Latas de sopa CampbellI, 1968
"Tu és o Voltaire da América. Tu dás à America exactamente aquilo que ela merece-uma lata de sopa na parede."
Taylor Mead

20.7.07

Esconderijo VI



Os seus pés comovidos seguem agora sozinhos as estranhezas do percurso livre e sinuoso.
Imitam o desconhecido naquele jeito que desabotoou a noite e que parece querer tropeçar nos seus saltos de swing.
Cobrem-se de silêncios para se protegerem da chuva cheia de sons que pausadamente desmancham os sonhos e o tino.
Cantarolando os anseios da noite os seus pés aceleram e perguntam ao incógnito:- Como te chamas? Demoras muito a chegar?
Fotografia:Brassaï,Pessoas à chuva, 1935

Bárbara

19.7.07

Dance with me



Nouvelle Vague

Hoje dançarei a ironia da vida até cair.

Dias Azuis

Não acredito mais no passado, errei o presente, e estou cheia de medo do futuro.

Bárbara

Com Lynch até às últimas consequências...



“Wake up and find out what the hell yesterday was about. I'm not too keen on tomorrow, and today's slipping by.”
LAURA DERN (Nikki)

"Oferece-se ao espectador exactamente dessa maneira: um sonho agitado, uma viagem num comboio-fantasma, uma tripaluciógenea. A contemplação é indissociável da sua própria experiência, e esta tem tanto de intelectual como de sensorial.(...) Rouba-se a história ao espectador e ele é obrigado a ver o filme. Da "HollywoodBabylon" Lynch parte para uma história que toca em vários tema e procedimentos habituais nele: projecções, desdobramentos de personalidade (a "loucura" que não se reconhece, a "sanidade"que duvida de si, outra matéria bem lynchiana), vampirismos e possessõs de origem inexplicada, golpes de rins cronológicos, num tom de conto de fados virado do avesso onde abundam capuchinhos vermelhos e lobos maus(...). Depois, visões, "flashes", fragmentos de um " Rorschach" para que eventualmene só Lynch tem a chave(...). O aspecto cru, pouco polido, curiosamente "realista" da imagem em vídeo quando oposta à fotografia de cinema, joga a favor de uma dimensão, " experimental", cauciona e exponencia o ensaio do "inorgânico", salienta a "performance" e o artesanato. E o "gag", como quando um grupo de mulheres se lança numa coreografia ao som de " Locomotion"( Ah, Lynch, gozas com o espectador, Deus te abençoe).
(...) ajuda a explicar os coelhos, Lynch, feito Lewis Carroll pósfreudiano, conduzindo a sua Alice pelo país dos horrores."
Luís Miguel Olivira, Público 6-4-07
Como disse um amigo meu: -Com drogas destas quem precisa de uma a sério????
Bárbara

18.7.07