17.1.08

na minha mala

Ouço os resguardos da intimidade da minha mala magnetizada pelo meu destino. Hoje pedem-me beijos redentores e de amor absoluto que não te posso dar, desafio a chuva que me ajuda acreditar na fotografia dos teus olhos, e assim, não fecho o sol. Ando gentilmente de mãos dadas com o meu coração, agora mais frágil, pede-me para não desistir da ternura dos teus lábios. Na quimera do teu nome, desprezo o futuro, tal como me pedes, e sossego na tranquilidade do meu ombro cheio de paz.
Ouço os resguardos da intimidade da minha mala magnetizada pelo meu destino.
Hoje, afrontam-me histórias que calo, não te posso contar, voo com a minha gabardina molhada e encanto-me com os contos que não se abrem dentro de ti, e mergulho entre alguns sorrisos tristes. Ando gentilmente de mãos dadas com o meu coração, agora mais frágil, pede-me para não desistir da ternura dos teus lábios. Na magia do meu jazz, encanto-me com a estranheza de um amor que não entendo, concilio-me com a vida, e bebo o trago de dias mais profundos, vermelhos e de aroma mais agradável como o meu vinho.
Ouço os resguardos da intimidade da minha mala magnetizada pelo meu destino.
Hoje, convidam-te para dançares, não me deixas guiar-te, e lá me vou equilibrando sozinha, não tão bem como uma trapezista de circo, aprendi alguns passos, mas sou sempre muito distraída com as lições. Ando gentilmente de mãos dadas com o meu coração, agora mais frágil, pede-me para não desistir da ternura dos teus lábios. No desencontro dos nossos tempos, morres-me todos os dias um bocadinho, tento salvar essa morte com confianças que tingiram o meu livro tão branco. O branco é a minha cor preferida, sabias?
Ouço os resguardos da intimidade da minha mala magnetizada pelo meu destino.
Hoje, ausculto-me dentro da minha alma e do meu corpo, e vou pensando na fortuna do amor inteiro que tarda em chegar…

Bárbara

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