8.11.08

Esconderijo XVI

Eu fujo e tu apanhas-me, tu foges e eu apanho-te. Brincamos assim às escondidas como a celebração dos intervalos que a vida não nos dá. Às vezes é giro outras vezes cansativo, às vezes perco eu, outras vezes perdes tu. Um jogo de criança que insistimos em jogar como o prolongamento de uma infância colorida que não queremos esquecer. Tu o tímido rapaz, eu a curiosa e faladora rapariga. Tu e hoje um forte homem e eu uma frágil mulher. Meu querido e ás vezes tão frágil que nem o teu colo em horas tão vagas e marcadas pintam de colorido todos os meus medos. Agora, eu procuro-te. È de ti que preciso em toda a urgência do meu amor. Tu às vezes lá te deixas apanhar assim devagarinho por entre um sorriso que se solta sem tu queres e o brilho nos teus olhos que se enche de esplendor sem tu contares. Olhas para mim sem na verdade nunca me olhares. E cuidas de mim mesmo sem os cuidados de outrora.
Gostas de te esconder na firmeza do teu ar e do teu corpo que fitam as promessas do amor. Descobres-me por entre o nosso suor que cheira a nascer do sol e a minha lingerie que te enrosca em movimentos de ternura que te levam até dentro de mim. Calas os meus suspiros contidos com os teus beijos e as tuas mãos. E pensamos os dois telepaticamente ( Será este (a) homem ( mulher) que é o da minha vida, aquele(a) que vai fazer parte dela todos os dias?), pensamentos que se confirmam pela intensidade da nossa respiração.
Agarras-me com força eu volto-me a esconder dentro de ti. Ganhas este jogo. Ganhas-me para sempre.
Bárbara

2 comments:

Francesca/FF:L said...

as coisas acontecem quando ninguem imagina...nao pensar .....

Bárbara said...

Já deixei de imaginar, e nada aconteceu, aliás todos os sinais indicam que vai acontecer aquilo que menos quero.
só mais uma noite má.