30.9.06

Incursão ao interior




Tumultuosa a distância que vai delineando as nossas desculpas. Esgotam-se as sínteses e as procuras de uma leveza para as constantes despedidas. Apertam-se mãos, coram-se corações, encenam-se sorrisos, beijam-se promessas que estão difíceis de serem cumpridas, desnorteiam-se desejos precipitados, velam-se sonos como a única realidade.
Oiço as tuas palavras sem a certeza daquilo que me querem dizer, concentro-me nos sinais e esses dizem-me para não desistir porque isso é batota. Não vou e procuro-te abranger.
Confesso-me de forma embaraçada em resolutas contradições que me pedem para te amar, abraço o teu cheiro e desamparo e alcanço a tua fragilidade que se aproveita de mim. Desconcerto-me com a música que ouvimos e decifro os teus códigos, mas nunca entendo os meus.

Bárbara

9 comments:

Bárbara said...

***.

Jorge P. Guedes said...

Eheh!...
Boa noite!
É outro Jorge quem agora te escreve para dizer que produziste um bom texto, sem banalidades nem frases rebuscadas. Um bom equilíbrio é, de facto, o essencial.
Verifiquei que entraste no meu "Lugar ao Som".
A música é uma das minhas paixões e a poesia outra. Cohen juntou ambas e faz o trabalho que sabemos.
Se visitares o meu "O Sino da Aldeia" lá encontrarás poemas que escrevi ou escrevo. Tens 2 na 1ª página actual e outros mais se gostares e procurares nos arquivos.
Boa sorte para este teu projecto.

Um abraço
Jorge G. www.osinodaaldeia.blogspot.com

Anonymous said...

Chegada a hora do elogio, não porque sim, mas porque o texto é realmente fantastico, como o estilo construido que se vai denotando em todos os outros aqui colocados até agora.
Aguardam-se mais e mais e mais...

Anonymous said...

O esquecimento é verdadeiramente a pior maneira de se morrer ou matar, algo ou alguém. Isto absorve-me bastante, a necessidade de não se esquecer e de se construir sobre a memória. Bom texto.

Telma said...

nada fica por dizer...apenas a perplexidade de ver aqui o encaixe perfeito do encontro emocional com as palavras que poucos conseguem dizer...
adoro-te;)

Bárbara said...

Telmita acredita que fica! Pelo menos comigo fica sempre...Saudades!!LOLOL!!

Anonymous said...

inexprimível por palavras é a bem-aventurança do coração do homem que compreende os seus códigos e ouve de forma límpida o seu interior,
bjinho de paz
;)

Men eater said...

*

Men eater said...

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