27.10.06

Shirin Neshat


Uma mulher.A concretização da arte, a luta pelos direitos de quem a faz. A intervenção e a causa. As culturas divergem, contudo as angustias,os desafios, os medos e as esperanças convergem. No esclarecimento, na cultura e na intelectualidade que possuí esta mulher politicamente activa, ergue voz para aquilo que penso ser imperioso fazer.
A metáfora dos rituais culturais como as pinturas de henna, a arma como forma de repressão e poder em prol de sociedades cada vez mais injustas. As mensagens e poemas na construção daquilo que é preciso alterar!

Para ela.
Bárbara

Mito do eterno retorno



Existem temporadas da nossa existência que vivemos com tanta intensidade que recorremos frequentemente a elas. Mesmo quando já foram à muito, muito tempo...

Bárbara

Esconderijo III

... acudidos pela vontade de penetrarem nos segredos um do outro tentaram prolongar até ao infinito o encontro. Ignoraram as obrigações a que estavam habituados e não deram conta do movimento que os rodeava, falavam a meia voz, atemorizados pela surpresa de alguma coisa que os fizesse enfraquecer.
(...)
Não conseguia tirar os olhos dos seus lábios perfeitos e sempre molhados, dos seus olhos juvenis, dos seus ombros descobertos acariciados pelos cabelos movimentados. Sentia-se quase a desmaiar de sedução.
(...)
Numa calma que não lhe é comum, levou-o para casa e distraidamente entraram na vida um do outro. Perseguiram-se pela casa e inventaram fantasias cheias de voluptuosidade. Ele fazia-a rir. Percorreram-se ternamente e caíram abraçados…estavam muitos juntos.
Embrulhados na nudez despertaram tarde na manhã seguinte, mas sem a liberdade que tinham inventado.
(...)
-Se quiseres fico à tua espera.
-Não é preciso, eu fico.
Bárbara

24.10.06

LATITUDE 60!

No contexto das alterações climáticas e ambientais assim como no que concerne à problemática do aquecimento global as regiões polares são de extrema importância no que confere às trocas de calor ao nível dos oceanos e da atmosfera que regulam o clima do nosso planeta.
Conscientes da relevante pertinência que possuem estas questões muitas são as organizações governamentais e não governamentais que apoiam o Ano Polar Internacional (API).
Em 2004 um grupo de investigadores das mais diveras àreas científicas juntou-se para promover uma série de inicitaivas para o API que decorre em 2007-08.
Dentro dos seus amplos objectivos e acções salienta-se uma delas pela ideia que possuí em si de divulgação, esclarecimento e consciência que penso ser muito importante: LATITUDE 60! Este projecto é dirigido a todos os professores de todos os níveis de ensino (pré-escolar, básico, secundário e superior) e pretende sobretudo uma nova tomada de consciência em relação a estas regiões dentro de uma base científica.
A organização é feita pela Associação de Professores de Geografia. o Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve, Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa.
O blog acima referido funciona como uma espécie de Literatura de Viagens que conta as experiências que o geográfo e autor do mesmo vai tendo. Passem por lá se puderem, está mesmo interessante.
Bárbara

20.10.06

Avarias da Alma


Passeio pelos recantos que me acompanharam durante muito tempo e entrego-me às saudades que me avariam a alma. Não me conserto porque gosto delas.
Empresto-me às gargalhadas dos bons momentos e entrego-me sem hesitações à alegria que estas recordações me trazem.
Arrepio-me e gosto, não descanso e não me direcciono porque assim conservo a inconstância daquele que é, o meu mais louco espaço-vivido.

Bárbara


Foto: Bárbara, República dos Inkas, 2006
As festas estão na alma não na presença física. ;)
Post publicado pela primeira vez em Outubro de 2006.

10.10.06

Wong Kar-Wai

Combino muitas vezes encontros com Wong Kar-Wai de forma quase insistente. Não consigo libertar-me dos seus jogos mentais, dos seus heróis e da feminilidade da sua câmara. A visualização é exigente e erótica acompanhada por bandas sonoras surpreendentes e inesquecíveis que nos levam para um tempo e um espaço que nunca queremos abandonar.
Olha-se assim para este tributo com a saudade de mais um encontro.





Bárbara

8.10.06

Os Domingos são assim




Penso na despedida como um encontro simples e claro.

Bárbara

Coisas minhas
















Still in Love

Today I passed you on the street
And my heart fell at your feet
I can't help it if
I'm still in love with you
Someone else stood by your side
She looked so satisfied
I can't help it
I'm still in love with you
A picture from the past came slowly stealin
As I brushed your arm and walked so close to you
Then suddenly I got that old-time feelin'
I can't help it
I am still in love with you
It hurts to know another's lips will kiss you
And hold you just the way
I used to doOh heaven only knows how much
I miss youI can't help it
I'm still in love with you

Cat Power

5.10.06

O sono que não vem

Deixo-me conquistar pelo sono que não vem em improvisos que são o cenário dos caprichos que não me deixam adormecer. Os meus desatinos dão trambolhões sobre a madrugada desajeitada que se faz longa.
Colecciono as pinturas que trafiquei com os meus sonhos no acanhamento habitual que me irrita. Nunca tive jeito para pintar!
No ar soltam-se palavras bonitas que caiem nos meus ombros e que se espalham desordenadamente na margem dos meus desabafos...oiço-os silenciosamente e espreguiço-me sobre o tempo perdido à espera do amanhã.
Bárbara

1.10.06

Con Toda Palabra


Con toda palabra
Con toda sonrisa
Con toda mirada
Con toda caricia


Me acerco al agua
Bebiendo tu beso
La luz de tu cara
La luz de tu cuerpo

Es ruego el quererte
Es canto de mudo
Mirada de ciego
Secreto desnudo

Me entrego a tus brazos
Con miedo y con calma
Y un ruego en la boca
Y un ruego en el alma

Con toda palabra
Con toda sonrisa
Con toda mirada
Con toda caricia

Me acerco al fuego
Que todo lo quema
La luz de tu cara
La luz de tu cuerpo

Es ruego el quererte
Es canto de mudo
Mirada de ciego
Secreto desnudo

Me entrego a tus brazos
Con miedo y con calma
Y un ruego en la boca
Y un ruego en el alma

Lhasa de Sela, The living Road(2004)

La Dolce Vita




Olho as sombras que emolduram apetecíveis e sinuosos riscos...
Atrevo-me a fechar à chave numa precisão sentimental que nunca tenho, aquilo que mais me apetece. Arrumo-me em quedas com sabor a terra, renovo-me em barulhos que faço por tudo e por nada, conto-me em esperas estanques que me pedem para te escrever uma carta.
Acelerada a angústia distingo-me em mosaicos simples que fazem a fotografia daquilo que sinto através de compassos que construí para mim mesma. Ajoelho-me frequentemente sobre eles como se de um ritual interpretativo se tratasse para me conhecer, não me deixo ir porque o reconhecimento de mim torna-se difícil e ancoro-me numa cobardia constrangedora.
Sigo os meus dias naquela correria que me adormece despertada por incertezas de que gosto e contra uma melancolia que me afasta dos depósitos do meu jeito. Discuto o assunto comigo e rodopio já tonta em contrariedades que me fazem feliz. Liberto anseios exóticos que agora se deslocam do meu corpo e esgoto os mistérios que se estranham em mim.


Como te chamas??? Posso-te roubar emoções??? Juro que depois as te devolverei num afago de La Dolce Vita.
Se me deixares, volto a escrever-te...

Bárbara